quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Texto interessante...

Informação primeiro, conhecimento depois

Escolas na nuvem?
Hoje vamos começar com uma pequena pesquisa (favor clicar no link abaixo e responder na página que se abre):
Você acha útil ter acesso à informação sem saber para o que ela serve?
Frequentemente, me vejo debatendo com meus alunos, amigos e leitores deste blog sobre a diferença entre informação e conhecimento. Vivendo cada vez mais numa “sociedade da informação”, acho que este debate deveria ser muito mais abordado do que tem sido pela sociedade em geral.
Desde os anos 1990, o Prof. Sugata Mitra vem nos apresentando o resultado de pesquisas que ele tem realizado na Índia sobre o aprendizado infantil através do uso de tecnologias. Seu controvertido lema é: “um professor que possa ser substituído por uma máquina, deve sê-lo.” (a teacher that can be replaced by a machine, should be.).
Há algumas semanas, ele apresentou seu novo conceito de “escola na nuvem” (school in the cloud, em inglês) no ciclo de conferências TED, na Califórnia (veja o vídeo mais abaixo).
Ele ficou conhecido por uma série de experimentos que realiza há anos com crianças em favelas e zonas rurais da Índia. Ele deixa um computador, embutido numa parede, num idioma que elas mal conhecem e com um conteúdo bastante desconhecido por elas, para seu uso livre.

Depois de 2 meses usando sozinhas o computador, a primeira coisa que as crianças disseram ao Prof. Mitra foi: “Precisamos de um processador mais rápido e de um mouse melhor.” Fotografia: www.lrnteach.com
Invariavelmente, as crianças sempre começam a ensinar umas às outras sobre o que aprendem, tornando-se usuários a nível intermediário naquela ferramenta e em seus conteúdos.
Entre os diversos achados do Prof. Mitra nesta área, ele descobriu que:
a) quanto mais longe uma escola está de um centro urbano, pior ela se sai nos exames nacionais comparativos;
b) quanto mais longe uma escola está de um centro urbano, mais os professores gostariam de estar lecionando em centros urbanos;
c) o uso da tecnologia nos grandes centros urbanos melhoram em cerca de 3% a 5% a qualidade do aprendizado do aluno. Nas zonas rurais ou em favelas esta melhora chega a mais de 30%;
d) não há qualquer correlação entre níveis de pobreza ou níveis de acesso à eletricidade e o ritmo de aprendizado das crianças;
e) a curva de aprendizado das crianças, operando o computador sozinhas, é similar à curva de aprendizado de um curso em sala de aula sobre o mesmo assunto;
g) mesmo que o idioma do computador não seja o idioma das crianças, elas aprendem cerca de 200 palavras deste novo idioma para poder a usar a máquina e os programas ou jogos educativos.
Depois de tantos anos estudando este fenômeno, o Prof. Mitra tem concluído que crianças de 6 a 13 anos podem aprender e ensinar umas às outras a usar relativamente bem aparelhos similares aos computadores, sem qualquer ajuda de um adulto.
Além disso, ele defende que o acesso à informação tem um maior impacto na educação em zonas mais remotas da sociedade que em áreas urbanas, proporcionando uma significativa melhora no desenvolvimento de todo tipo de conhecimento humano.
Fonte:

http://blogs.estadao.com.br/a-educacao-no-seculo-21/informacao-primeiro-conhecimento-depois/ 

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